Esclerose Múltipla


A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica e autoimune – ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares.



A esclerose múltipla (EM) é um distúrbio imprevisível que pode causar vários sintomas, que podem agravar-se e depois diminuir ao longo de dias, meses ou mesmo anos. Embora a esclerose múltipla não seja contagiosa, suas causas ainda não são totalmente compreendidas e os pesquisadores continuam buscando respostas.
A EM é mais frequentemente diagnosticada em adultos jovens, embora indivíduos de qualquer idade possam ser diagnosticados com essa condição neurológica. As pessoas que não estão familiarizadas com a EM podem ser facilmente confundidas pelo seu nome e seus sintomas únicos. Com os tratamentos e estratégias para melhorar a qualidade de vida aprovados até hoje, a maioria das pessoas com EM pode viver uma vida plena e produtiva, com muita esperança para o futuro. Se você está lendo esta informação pela primeira vez, você pode conhecer alguém que foi diagnosticado recentemente, ou talvez você esteja experimentando os sintomas da EM, mas ainda não tenha sido diagnosticado e queira aprender mais.
Embora os sintomas variem muito - de alterações visuais a dormência e de problemas de bexiga a fadiga ou depressão - muitos indivíduos podem sentir-se aliviados ao saber que, no início do curso da doença, esses sintomas geralmente são temporários para a maioria dos pacientes. A esclerose múltipla (EM) é uma doença do sistema nervoso central (SNC). O SNC consiste no cérebro, nervos ópticos e medula espinhal.
Com a esclerose múltipla, as áreas do SNC ficam inflamadas, danificando a cobertura protetora (conhecida como “mielina”) que envolve e isola os nervos (conhecidos como “axônios”). Além da mielina, ao longo do tempo, os axônios e as células nervosas (neurônios) dentro do sistema nervoso central também podem ser danificados.

O dano na cobertura protetora e também nos nervos perturba o fluxo suave dos impulsos nervosos. Como resultado, mensagens do cérebro e da medula espinhal que vão para outras partes do corpo podem sofrer atrasos e problemas para chegar ao seu destino - causando os sintomas da esclerose múltipla.


Ansiedade
Desequilíbrio
Disfunção da bexiga
Problemas intestinais
Dificuldades cognitivas
Depressão
Tontura
Vertigem
Fadiga
Problemas para caminhar
Dormência
Disfunção sexual
Problemas do sono
Dificuldades de fala
Espasticidade (rigidez)
Disfagia (distúrbios da deglutição)
Tremor
Distúrbios visuais
Fraqueza
ESCLEROSE MÚLTIPLA

As Lesões

Áreas de inflamação e dano são conhecidas como “lesões”. As mudanças no tamanho, número e localização dessas lesões podem determinar o tipo e a gravidade dos sintomas. Apesar de indivíduos com formas de EM recidivantes experimentarem mais inflamação do que aqueles com formas progressivas de EM, as lesões ocorrem em indivíduos com todas as formas de EM. No entanto, as lesões nas formas progressivas da EM podem ser menos ativas e se expandirem mais lentamente. Além dos sintomas, a atividade da doença pode ser avaliada a partir de alterações no tamanho ou no número de lesões. Frequentemente, a EM pode ser “clinicamente silenciosa”, não mostrando aumento dos sintomas, mas continuando a mostrar sinais de atividade da doença dentro do SNC. Para indivíduos com formas de EM recidivantes, o tratamento precoce e continuado com uma terapia modificadora da doença (TMD) pode muitas vezes retardar a atividade da doença “clinicamente silenciosa” no cérebro, reduzindo o tamanho e o número de lesões ativas. É por isso que a maioria dos neurologistas, assim como a Academia Brasileira de Neurologia, recomendam que indivíduos com formas de EM recidivantes iniciem o tratamento assim que possível após o diagnóstico ser estabelecido. Aprovações mais recentes da ANVISA trouxeram novas TMDs que também tratam a EM ativa secundária progressiva e a EM primária progressiva.

 
 
ESCLEROSE MÚLTIPLA

A Progressão

Os diferentes padrões de esclerose múltipla afetam cada pessoa de forma diferente. Talvez você esteja se perguntando como a EM vai acometer você ou como a doença vai progredir. Progressão é um termo que significa o acúmulo de incapacidade, mesmo quando recaídas ou surtos não estão presentes ou fazem parte do curso da doença. Seu médico assistente pode usar a EDSS (Expanded Disability Disability Scale) para medir a progressão da incapacidade.
Muitas evidências agora sugerem que, para a maioria dos pacientes, a progressão é lenta e a maioria das pessoas com EM não fica severamente incapacitada. Vinte anos após o diagnóstico, cerca de dois terços das pessoas com EM provavelmente ainda estarão caminhando, embora alguns indivíduos possam precisar de assistência para caminhar. Isso inclui dispositivos auxiliares para ajudar na mobilidade, tais como bengalas ou muletas para ajudarem a economizar energia.
É difícil prever a rapidez com que a EM progredirá para pessoas individuais, mas certos sinais e sintomas podem fornecer algumas pistas (um prognóstico) sobre a taxa de progressão da doença. As informações clínicas e radiológicas serão consideradas pelo seu médico assistente para prever resultados a longo prazo, de acordo com estudos que sugeriram uma ligação entre alguns fatores e uma progressão mais rápida. Observe, no entanto, que com a introdução de terapias modificadoras da doença, bem como novas descobertas sobre outros fatores de risco, como o tabagismo, o curso da EM pode ser alterado.

 
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Os fatores de risco

Idade: ter mais de 40 anos no primeiro surto.

Sexo masculino.

Mais de dois surtos nos primeiros dois anos após o início da doença.

Sintomas iniciais que afetam muitas partes do corpo.

Frequência de surtos (quanto mais surtos você tem inicialmente, provavelmente maior a progressão da doença).

Sintomas motores (afetando a mobilidade), ou sintomas que afetam o funcionamento mental, ou sintomas que afetam o controle urinário, no início da doença.

 

Idade: ter mais de 40 anos no primeiro surto.

Sexo masculino.

Mais de dois surtos nos primeiros dois anos após o início da doença.

Sintomas iniciais que afetam muitas partes do corpo.

Frequência de surtos (quanto mais surtos você tem inicialmente, provavelmente maior a progressão da doença).

Sintomas motores (afetando a mobilidade), ou sintomas que afetam o funcionamento mental, ou sintomas que afetam o controle urinário, no início da doença.

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O Diagnóstico

Diagnosticar e avaliar a atividade da doença na EM é mais confiável quando feito por neurologistas experientes através de uma história neurológica e exames complementares. Testes que podem indicar EM e descartar “EM mimetizadores” (outras doenças que se assemelham a MS, mas têm outras causas) devem ser realizados.
Lesões (áreas de inflamação e lesões de mielina no cérebro e/ou da coluna) podem ser visualizadas em um exame de ressonância magnética (RM). A ressonância magnética usa um computador, um estimulador de radiofreqüência e um grande eletroímã para fornecer uma imagem do cérebro e/ou da coluna. Embora a imagem pareça um raio-x, observe que, diferentemente de um raio-x, a ressonância magnética não expõe o paciente a qualquer radiação.
Para aqueles com esclerose múltipla (EM), a RM é usada para avaliar o tamanho e a localização das lesões. A inflamação pode ser melhor avaliada com o realce do gadolínio (ou contraste) - um tipo de corante dado ao paciente por injeção antes do procedimento. Uma imagem de ressonância magnética permite aos médicos visualizar lesões (áreas de inflamação) e placas (áreas de cicatrizes),

bem como outras alterações no SNC.
A ressonância magnética, particularmente com o realce do gadolínio, permite aos médicos medir a atividade da doença dentro do sistema nervoso central (cérebro, nervos ópticos e medula espinhal). Os resultados dos testes podem ajudar a determinar a eficácia de uma terapia modificadora da doença (TMD) ou obter uma “visão interna” do estado da doença do paciente.
Outra ferramenta que às vezes é usada no diagnóstico da EM é uma PL (também conhecida como punção lombar). Este é um procedimento em que uma agulha muito fina é inserida na base da coluna e uma pequena quantidade de líquido cefalorraquidiano (LCR) é coletada. O líquido cefalorraquidiano é o líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal. Ao coletar uma pequena quantidade desse fluido, testes laboratoriais podem ser realizados para avaliar anormalidades celulares e químicas. Desde a introdução da ressonância magnética, a análise do líquido cefalorraquidiano é usada com menos frequência, mas pode ser útil para apoiar um diagnóstico de EM se os resultados da ressonância magnética forem inconclusivos.

ESCRITO POR

Dr. Luciano Nogueira

Neurologista

Médico Neurologista, com formação em Medicina do Sono e com larga experiência em TDAH e Esclerose Múltipla. É medico neurologista do Serviço de Neurologia do Imperial Hospital de Caridade de Florianópolis. Também é médico neurologista consultor da AFLOREM (Associação de portadores de Esclerose Múltipla da Grande Florianópolis) e representante da ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção) em Santa Catarina.

 
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